Frequentar uma faculdade era um sonho distante para minha realidade.
Minha família nunca teve a expectativa que eu fizesse um curso superior. Isso porque trabalhar para se sustentar era o mais necessário e urgente. Quando se cresce nesse contexto, a vida é apresentada numa perspectiva mais limitada e entendemos que, para ultrapassar esse limite, a autonomia e o esforço pessoal é tudo o que temos. Muitas vezes, desconsideramos o quanto somos atravessados pela desigualdade social e o quanto a caminhada é mais difícil quando se inicia a “corrida da vida” posicionados do meio para o final de uma fila.
Minha história não é nada diferente da história de muitos brasileiros.
Eu comecei a trabalhar muito cedo e conciliar a escola com o trabalho não foi uma tarefa fácil.
Na época da faculdade, a situação era a mesma.
Fazer estágios remunerados foi a saída de unir a necessidade financeira com o aprendizado profissional e foi através dessas experiências que me apaixonei ainda mais pela Psicologia. Cheguei a fazer dois estágios extracurriculares ao mesmo tempo em que fui bolsista em pesquisa de iniciação científica. Tudo isso conciliando os estágios obrigatórios da faculdade, as provas e o TCC.
Quando lembro dessa fase da minha vida, fico impressionada com a fluidez que tudo aconteceu, como os caminhos iam se abrindo de uma forma impressionante e encontrei muito apoio nessa jornada. Me emociona pensar nisso, pois teve um momento que achei que, financeiramente, não seria possível continuar e sofri com a possibilidade de ser obrigada a desistir. Mas isso nunca aconteceu porque os caminhos foram se abrindo a cada obstáculo.
No final, tudo deu certo e consegui me formar com nota 10 no TCC!
Hoje tenho orgulho em dizer que sou Psicóloga e da jornada que me trouxe até aqui. Amo meu trabalho por muitos motivos 🧡